segunda-feira, abril 23, 2007

O Baudrillard preferia o Show de Truman a Matrix


Eu não sei...

Dois mundos distantes, duas realidades distintas, duas pessoas de carne e osso, sem calor nem cheiro.

Estamos mortos? Somos duas almas penadas em sintonia ?

Arquétipos de uma relação pós-contemporânea, extemporânea, vítimas da atualidade, desatualizada no tempo real.

Impressões escritas, imagens em slow motion, vozes congeladas na memória para a preservação do teor, do interno, do intenso ...

Separam-nos o maior dos oceanos, hábitos, mais da oitava parte da duração de um dia, e além disso, as coisas que sei e que tu não sabes e as coisas que sabes e que eu não sei...

Onde está o mundo das possibilidades ? Dentro dos meus desejos, dos meus sonhos, das fantasias de realidade que brincam dentro das nossas cabeças?

Em determinadas horas do dia imagino a realidade cruel que separa nossos corpos, nossas almas, nossa rotina...

Experimento o gosto desse amor em esforços criativos dos meus cinco sentidos e nas coisas simples da vida. No vento, nos raios de sol, no sabor do chocolate, nas melodias das músicas mais adoradas, nas paisagens mais bonitas...

Eu não sei...

E o Chico canta pra uma Maria:


Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy era você além das outras três
Eu enfrentava os batalhões, os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque e ensaiava o rock para as matinês
Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei a gente era obrigado a ser feliz
E você era a princesa que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país
Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião, o seu bicho preferido
Vem, me dê a mão, a gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido
Agora era fatal que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá desse quintal era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim?

2 comentários:

Anônimo disse...

Moniquita! Vou comentar teu post noutro dia.. até pq eu adoro essa música e não gosto de Baudrillard... mas de repente, até acho que tem mais de Truman que de Matrix...

Enfim. Cheio de negroni na fuça hoje, plena terça feira pós dragão, dois contratos horríveis pra fechar pra amanhã, um pra Finlândia inclusive, o que me dá vontade de mandar revisões que vão certamente levar mais dezessete finlandeses ao suicídio, esse povo que se mata ao tosco, e ainda reclamando do efeito pós marroquino da minha vida. O pombo deixou lembranças, ando mexido, ando amargo, acho que realmente vou esperar pra comentar a la Baudrillard... afinal, como diria o próprio, viajar é um maravilhoso fenômeno de amnésia, um maravilhoso fenômeno de esquecimento... vou pensar que Marrocos nem existiu, depois de gastar os tubos em terapia.

Estaria eu niilista> Preciso de um drink (risos)

Andas por Sampa> Devo estar na quinta ou sexta. Se for na sexta, passo o finde. Se passar o finde, estarás por aí>

Beijos!

Anônimo disse...

Li seu texto e me peguei pensando à respeito (sim, por alguns minutos eu consigo deixar minha mente se aprofundar em pensamentos mais sérios)...Será a distância da boca desconhecida mais ou menos torturante do que aquela que está ali, quase perto, e não conseguimos tocar?