segunda-feira, janeiro 22, 2018

Black Mirror Ep2T01

A intenção era publicar todo o ensaio, mas resolvi colocar aqui só a introdução.

No ensaio está a análise do episódio 2 da temporada 01 (Ep2T01), da série de TV inglesa, Black Mirror, chamado de Fifteen Million Merits (Quinze Milhões de Méritos), de dezembro de 2011, através de aspectos sociocognitivos presentes nas relações entre seus personagens e relacionados também ao ambiente em que estes indivíduos ficcionais estão inseridos. O estudo descreve o conteúdo de determinadas cenas do episódio 2 da temporada 01 (Ep2T01), uma metáfora de um futuro voltado apenas para o consumo. Emoções como a schadenfreude, o termo em alemão utilizado para definir o “prazer obtido através do sofrimento alheio”, e aspectos sociocognitivos como o preconceito e os estereótipos também estão relacionados no mapeamento desta obra audiovisual.


A sociedade moderna está movida por um homem cada vez mais ligado aos meios através dos quais se comunica. Como disse McLuhan (1969) em seu livro Os Meios de Comunicação Como Extensão do Homem: "Toda tecnologia gradualmente cria um ambiente humano totalmente novo. Os ambientes não são envolvidos passivos mas processos ativos". Na análise de McLuhan sobre os meios tecnológicos, era a TV que resignificava a vida do homem presente no terço final do século XX. Porém, a frase do autor permanece repleta de sentido atualmente, significando que a partir da interferência do consumo tecnológico e nos ambientes das redes digitais o comportamento individual e social pode ter a dinâmica alterada.
Tisserin (2015 p.77), cita Phillippe Quéau (1993), que propôs a definição de realidade virtual associando três características: imersão, interatividade e a possibilidade de encontrar realmente outras pessoas imersas no mesmo espaço. “Pode ser interessante lembrar que, diretamente ou a contrario, é sempre em relação ao grupo que se vai determinar a vida social.” Maffesoli (2000, p.111)
Black Mirror é uma série de TV britânica que mostra o lado obscuro da vida e da tecnologia. A série foi escrita pelo roteirista inglês Charlie Brooker e teve seus primeiros episódios lançados no ano de 2011. A cada episódio da série é apresentado ao público uma história e elenco diferentes, porém os temas dizem respeito todos eles à forma como os indivíduos vivem em uma sociedade consumista, tecnológica e conectados a todo momento através do “Espelho Negro”. Este “Espelho Negro” é nada mais nada menos que a tela de televisores, painéis de Led, computadores, tablets e celulares.


Por seu enfoque em temas sombrios, Black Mirror já foi comparada a The Twilight Zone (1959), que no Brasil recebeu o nome de Além da Imaginação. O roteirista Brooker surpreende em seu “Espelho Negro” e expõe a sociedade moderna a tons satíricos e hiperbólicos a respeito das consequências desastrosas relacionadas às atitudes e comportamentos sociais no consumo das novas tecnologias e num convívio distópico. Black Mirror é exibida no Brasil pelo site de filmes Netflix , está na temporada 3, lançada em outubro de 2016.
Neste ensaio buscaremos analisar os comportamentos dos personagens da série de TV Black Mirror, sob o aspecto dos processos da psicologia cognitiva, relacionados à schadenfreude, definido pelo dicionário Merriam-Webster como: “enjoyment obtained from the troubles of others”, ou seja, o prazer obtido através do sofrimento dos outros. O episódio em questão, Ep2T01, recebeu o nome de “Fifteen Million Merits” ou 15 Milhões de Méritos.