segunda-feira, setembro 10, 2018

Linger

Acordei sentindo  seus dedos e a sua mão nas minhas costas. Seu beijo carinhoso na minha testa.  Rebobinei o sonho e vieram o diálogo e as cenas. Acordávamos juntos. Tinha show do Cranberries. Eu perguntava do "meu jeito" se você ia só. Você silenciava, como sempre fez ao discordar do meu tom. Eu provocava querendo uma reação.  Tem  coisas que sao difíceis de escrever ou de falar, muito mais fáceis de sentir e de viver. Eu repetia incessantemente que te amava. Você dizia acreditar mas não sabia se era possível.  Você descrevia em gesto que apesar de sozinho, onde estava agora, quando o tom aumentava cada um seguia pra um canto. Eu dizia pra você ir e imediatamente contava o tempo, esses anos, e chorava sem conseguir explicar com palavras o meu amor e a impossibilidade de viver plenamente sem você. Você parecia certo da realidade e certo do que sentia. Você preferiu a realidade.