quinta-feira, janeiro 25, 2007

Saia justa


Hoje passei por um aperto. O que um coração que acorda sobressaltado com uma agenda que tem que ser cumprida à risca em mais ou menos dez horas do dia pode esperar? O jeito foi tentar, eu disse tentar, relaxar! A primeira lição me deu um mineiro maluco que encontrei no trabalho hoje: " mesmo com meu pós-doutorado, numa hora de decisão eu prefiro lembrar de como saía dos entraves quando tava lá em Minassss e era apenas um menino." No trabalho foi moleza. Um leão, dois, três... todos mortos ao final das seis badaladas das 18 horas. Perai. Mas e agora? Tudo resolvido nesse âmbito, mas e agora? Então, o que a minha experiência podia fazer prá me ajudar a responder uma pergunta simples e de certa forma desejável que me fizeram hoje? Difícil. Um exagero de emoções, fantasias, borboletas no estômago, como diz a minha fiel escudeira e partner na tese da bala juquinha. Primeiro passo: exercício ergonométrico do sim, não, talvez - a minha cervical precisa disso. Depois: olhar pra carinha assustada do Daniel Brühl no meu ima do Goodbye Lenin (miss you Jorge, miss you Bonn). Entrar clandestinamente no msn da IBM e procurar auxílio astrológico-psicopático para resolver a questão das Lepidópteras diurnas que enchiam meu estômago. A ajuda extra, apesar de imprescindível, não disse nada além daquilo que eu queria ouvir, e mais ainda, disse exatamente o que eu iria fazer - com ou sem consulta. Depois de tudo isso, fica apenas a seguinte questão: alguém aí já observou o vôo das borboletas? Espero que concordem comigo que é difícil saber qual será o próximo movimento. Totalmente inusitado...

Alguns acreditam que as borboletas são fadas disfarçadas em insetos. Outros dizem que são almas de recém-mortos que ainda vagam neste mundo, antes de ir para a morada final. Os Waiãpi, índios do Amapá, afirmam na lenda da Mairi, que após o cataclismo que exterminou os habitantes da região, os sobreviventes caminharam até à orla marítima, onde bandos de borboletas teciam uma gigantesca renda, unindo o longínquo mar ao céu azul.

A alma dos mortos não me atrai. Eu fico com a versão de que elas são fadas. Mesmo tendo prensado muitas delas entre meus livros, espero que essas borboletas continuem trazendo coisas boas e vôos inusitados. Nos estudos entomológicos dizem que elas duram dias ou semanas apenas, quero que as minhas durem mais. Quem sabe um mês?
O mineiro maluco disse também: antes de tomar um café beba um copo d`água para poder saboreá-lo melhor. É isso que vou fazer.

Ah, na foto tá o melhor café que eu já tomei na minha vida! O tal do mineiro ia ficar maluco de vez se eu contasse pra ele que esse aí é irlandês. A melhor receita do mundo com Café du Brésil.

3 comentários:

Anônimo disse...

My dear friend, aproveite ao máximo o vôo das borboletas, os rasantes e toda e qualquer movimentação que elas fizerem. Como bem sabes não há sensação melhor no mundo e ela se desfaz tão rapidamente quanto o pó que fica em nossas mãos quando tentamos pegá-las...Guarde todas com você embaixo de seu travesseiro dourado!!!BJS

Anônimo disse...

Não consigo ouvir isso de borboleta e não pensar na teoria do caos... a verdadeira, não a que está a minha vida. Aliás, a original, porque a minha vida é mais caótica que qualquer teoria, mas, enfim...

O bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez provocar um tufão do outro lado do mundo.. lindo isso, né> Mas é mais lindo se vc não souber que é literalmente isso, um cara nos EUA em 98 previu uma tempestade na Louisiana, um outro viu que tinha um errinho na conta que poderia ser igual ao bater de asa de uma borboleta, corrigiu, e acertou um mega tornado em Orlando, que aconteceu de fato, só não destruiu aquela cafonalha da Disneyworld por casualidade... mas deve ter aparecido jacaré no teto, bispa Sônia pendurada no teleférico, Miami foi parar em Orlando...

Isso me lembra que eu tenho fobia de beija flor. Acredite se quiser. ACho que eles vão entrar no meu olho. É eu ver um beija flor e saio correndo. Tava em Machu Picchu e fiquei num hotel infestado, queria me jogar do alto...

Anônimo disse...

É a melhor descrição de fobia que eu posso conhecer. Medo de altura, vc realmente pode cair, medo de tubarão, ele pode te comer, mas não consigo explicar racionalmente a ninguém por que é que eu acho que um beija flor vai entrar no meu olho... tirou metade da graça de Machu Picchu.. e imagina, depois de 5 dias de trilha, não aproveitar por causa de um beija flor... é que nem uma abelha de Orleans e Bragança que habita a Haagen Dasz do Fashion Mall. A pessoa paga os tubos por um sorvete de sblurgs com vanilla beebop, e nem pode aproveitar, porque aquela abelha socialmente revoltada tira todo o buzz do momento...

Se bem que depois que descobri que tem gente com medo do número 8, me senti mais normal...

http://www.sedona.com/fear.aspx

Bjs!